27 de abril de 2010

Dialogos e penhascos.

Julia Alano diz:
... mas pior que é assim mesmo. A genta tá lá, quietinho, olhando pela beirada do penhasco. As vezes a gente deicide tomar um impulso, vai até a borda e vê que é alto demais pra ficar vivo e baixo demais pra morrer. Se morresse logo de cara não tinha problema, mas o pior é sofrer lá, sobreviver lá. Ai a gente volta, senta mais pra beirada, se remoi todo. A angustia, a angustia, a angustia. Pensa nas mil e mais um pouquinho de possibilidades do que vai acontecer se se jogar e se não se jogar. Ai vai, calcula...

Thiago Ruschi diz:
quer saber? Pega e se joga logo

Julia Alano diz:
... olha pra trás, remoi. Lembra do penhasco anterior. Na verdade tem uma lembrança distorcida do penhasco anterior. Ai nem é fruto de nada calculado, nem é fruto dos seus pensamentos, da angustia. É mais alguém que foi lá e te empurrou, ou mais aquele momento entre uma respiração e outra que a gente sai correndo e se joga. Ai depende né... As vezes a gente consegue voar um tempão, abrir os abraços e sentir o frio na barriga, às vezes a gente se estatela logo de cara e vê que a queda nem foi tão grande assim ou vê que doeu mais do que você imaginava. Mas é de repente: PLAFT! Um dia a gente cai. Fica um tempo machucado, perdido, sem saber aonde nem porque. Por que ficou tanto tempo voando e de repente caiu? Porque um dia a gente caiu ora bolas! E a gente se recupera e já tá correndo (alguns mancando) pra outro penhasco, porque no fim, calculando e recalculando a gente vê que valeu a pena.

Thiago Ruschi diz:
Então qual a conclusão?

Julia Alano diz:
Nem sei x/

Thiago Ruschi diz:
Se joga uai!

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