26 de fevereiro de 2010

preservado num velho bau de prata dentro de mim

Há tantas coisas que guardamos e por um instante esquecemos. E de repente acontece algo que faz tudo vir como explosão... e é como se não houvesse motivo, mas a verdade é que o unico motivo é que não esquecemos, não ultrapassamos nem deixamos pra trás, simplesmente guardamos e escondemos. E quando vem o choro, quando vem o desespero a gente não sabe bem o porque... a gente se pergunta de onde veio toda essa força que parecia fraca, de onde veio todo esse amor que parecia raiva fraca, de onde veio o que já passou.
Acho que o unico modo de deixar passar é amando. Amar a si mesmo acima de cada sofrimento. E assim deixar o sofrimento vir e ir embora, sem perder a ternura. Não adianta nada guardar as coisas, elas um dia voltam num turbilhão e é quando percebemos que na verdade não deixamos passar, apenas fingimos... e pra que serve o fingimento? pra mostras pras outras pessoas que está tudo bem, ou tudo mal, pra mostrar indiferença... se quando eu viro as costas todo esse fingimento só me doi, não doi o outro. Me amando eu não preciso fingir, não preciso guardar, pois o amor trás confiança, o amor ergue nossa cabeça e nos deixa grandes. O amor não precisa de esperança.

Amo perdidamente cada pedaço de mim.

Desenho corações toda manhã em meu corpo, em meus órgãos e em meus sentidos.

E me amo reciprocamente. Isso é o mais bonito.

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