31 de maio de 2010

Nem isso de você.

- A gente terminou tudo errado. Ela disse olhando-o nos olhos. Nos olhos dela lágrimas por cair, brilho demais, castanho demais, o sentimento era intenso, mas as palavras também.
- Como deveria terminar então? Os olhos dele eram secos e esquizofrenicos, o sentimento era superficial, mas a preocupação se fazia presente.
- Um beijo, um abraço e um adeus. Sei lá. Mas não isso. Isso é intenso demais e pesado demais pra mim.
- Pra mim é leve.
Um sorriso da parte dela.
- Queria tanto, mas tanto que fosse leve pra mim. A vida seria mais gostosa com você levemente ao meu lado.
Um sorriso da parte dele.
- Eu não sei mais como tomar um caminho, como terminar as coisas.
- Você já tomou um caminho, só não consegue perceber.
- Mas eu queria tanto saber aonde vai terminar esse caminho!
- Você quem traça ele, não deixa o destino te levar. A culpa é sua por estar aonde está. Não é porque o destino quis assim, a culpa é sua.
Ela abaixou a cabeça, com o peso da culpa nas costas. Queria se sentir leve, mas não conseguia e tentava através das palavras trazer a calma.
- O que eu faço?
- Faz o que te faz bem.
- Já não sei mais o que faz bem. Não preciso me sentir bem, só preciso me sentir leve igual você. Me ensina a ser leve? Por favor. E depois me abraça?
Ela pensou na resposta dele: Sempre. Mas ele sorriu melancolico e a abraçou, sem ensinar como ser leve e sem terminar nada.

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